top of page

FISIOTERAPIA APÓS INTERNAÇÃO HOSPITALAR

“A alta clínica nem sempre coincide com a alta funcional”


O que é capacidade funcional?


É a capacidade de realizar as atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária e mobilidade do indivíduo. Por exemplo, escovar os dentes, realizar pequenos deslocamentos, tomar banho, realizar compras, deslocar-se a locais mais distantes, subir escadas, carregar objetos pesados, dentre tantas atividades presentes no dia a dia.

Quando a capacidade funcional está prejudicada, a qualidade de vida também é afetada. A Classificação Internacional de Funcionalidade; Incapacidade e Saúde descreve que a incapacidade funcional resulta não apenas de uma deficiência orgânica, mas da interação entre a disfunção apresentada pelo indivíduo, limitação de suas atividades, restrição da participação social e em razão de fatores ambientais e pessoais que interferem no seu desempenho em atividades da vida diária; podendo funcionar como barreiras ou facilitadores do estado funcional. 


Engrenagem humana: tudo está conectado!


O corpo humano funciona como uma engrenagem composta por três rodas dentadas. A primeira roda é a ventilação representada pelo trabalho do pulmão, a segunda roda é a circulação que pode ser ilustrada pelo coração e a terceira roda dentada é o sistema musculoesquelético. Essas três rodas que retratam o sistema respiratório, cardiovascular e muscular precisam estar em harmonia para que o corpo funcione adequadamente. Por exemplo, no momento que há uma internação prolongada e um desses sistemas é afetado os demais direta ou indiretamente vão ter um impacto. 

Esse sistema de engrenagens foi descrito por Wassermann e é a base da fisiologia do exercício, compreendê-las, é o primeiro passo para um bom tratamento e para otimização do cansaço ao esforço físico- leve, moderado ou intenso.


Internações hospitalares


As internações em enfermaria ou UTI trazem uma série de consequências, muitas vezes, ventilatórias, neurológicas e musculares. A redução do nível de atividade física, a tendência a manter-se mais deitado e sentado traz impactos negativos advindos pelo imobilismo, como, dores musculares e articulares, perda de massa muscular, redução da força muscular global e por consequência redução da funcionalidade. Além disso, a gravidade dos impactos pode ser ainda maior quando a necessidade de ventilação mecânica, uso de bloqueadores neuromusculares e internações prolongadas. 

Alguns estudos mostram que o tempo de internação hospitalar prediz o estado funcional após a alta da UTI e/ou enfermaria nos próximos 6 meses da alta. Devido a isso, é necessária uma avaliação fisioterapêutica criteriosa que leve em conta variáveis ventilatórias, cardiopulmonares e musculoesqueléticas. Afinal, a alta hospitalar é clínica onde a doença aguda foi resolvida ou está em processo de resolução, contudo, nem sempre coincide com a alta funcional.


E após a alta o que esses pacientes precisam?


Reabilitação Cardiopulmonar! 

Fisioterapia bem avaliada e prescrita traz inúmeros benefícios na melhora das sequelas, sejam elas leves ou graves, deixadas pela média/longa permanência no hospital e/ou quadro clínico. A reabilitação trata o paciente em sua totalidade, por isso, avalia-se questões ventilatórias, musculares e funcionais para identificar qual a necessidade do enfoque do tratamento. Não se utilizam apenas exercícios e aparelhos respiratórios, a fisioterapia cardiopulmonar engloba a fisioterapia respiratória, mas também outras estratégias terapêuticas.

O programa de reabilitação realizado pelo fisioterapeuta cardiopulmonar compreende treinamento da musculatura respiratória, exercício de fortalecimento, exercício aeróbico, reexpansão pulmonar, higiene brônquica e recursos adicionais. Utiliza-se monitoração em tempo real para correta prescrição e segurança dos atendimentos.

Por isso, se teve internação e ficou com alguma limitação: a reabilitação cardiopulmonar é para você. Isso vale para internações por COVID-19, pós-operatórios abdominais/pulmonares/cardíacos, internações clínicas das mais variadas causas. 


Quais os objetivos da fisioterapia após alta hospitalar?


A fisioterapia após a alta hospitalar tem como objetivo melhorar a capacidade pulmonar, prevenindo possíveis complicações respiratórias, além de promover ganho de força muscular, condicionamento físico, equilíbrio e melhora funcional, visando a maior independência e retorno às atividades habituais.

Neste contexto, a reabilitação após a alta hospitalar tem um papel fundamental para a continuidade do cuidado e para uma recuperação mais precoce.


Não deixe que a falta de ar e consequências da internação te limitem, reabilite.”


Fernanda Laís Loro- (CREFITO 5| 293.058-F)

Fisioterapeuta| UFCSPA

Especialização em Fisioterapia em Reabilitação Cardiopulmonar| Hospital Albert Einstein Mestre em Ciências da Reabilitação| UFCSPA

Doutoranda em Ciências da Saúde| UFCSPA


 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


©2021 por Loro Reabilitar- Fisioterapia em Reabilitação Cardiopulmonar. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page